Ser sustentável é rentável
Sustentabilidade é um conceito que precisa alcançar a agenda dos pequenos negócios. Ser uma empresa sustentável significa se tornar mais econômica, poupar recursos energéticos e hídricos no dia a dia, matérias primas, embalagem, diminuir desperdícios, separar e reaproveitar materiais recicláveis, apoiar e participar da vida comunitária, enfim, mudar valores e paradigmas para melhorar a qualidade de vida das pessoas e do Planeta, e que, simultaneamente, beneficiam os resultados do negócio.
Os franceses denominam sustentabilidade de “durabilité” (durabilidade) e talvez seja uma boa tradução para este conceito, que funciona como um alerta para agirmos e nos preocuparmos com a perenidade da vida, dos indivíduos, da natureza, do mercado, da economia e das empresas. Além dos aspectos éticos e econômicos, este tema também está cada vez mais presente nas legislações e normas, que regem as atividades humanas e produtivas. Sanções legais sob a forma de multas e penalidades se tornam ameaças a empresas descumpridoras de exigências ambientais e sociais, relacionadas à sustentabilidade.
Pensando e acreditando nesta transformação revolucionária do mundo e da humanidade, deflagramos um trabalho diferenciado no Sebrae em Mato Grosso, há alguns anos, que culminou na implantação do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), unidade de referência nacional da instituição, com sede em Cuiabá. A missão do CSS é gerar e disseminar conhecimentos e boas práticas sustentáveis para micro e pequenas empresas, por intermédio de mais de 700 agências e postos de atendimento do Sistema Sebrae em todo o país.
Para melhor entender a importância da inclusão deste grande setor na nova economia, citamos um exemplo: uma lavanderia ao economizar água, energia e fazer uma boa gestão de seus resíduos, pode não significar muito; porém, 9 mil lavanderias (este é o número aproximado deste tipo de empreendimento no Brasil) ao adotarem boas práticas sustentáveis em seu processo produtivo, certamente farão enorme diferença para o meio ambiente, a economia e a sociedade.
Os pequenos negócios totalizam cerca de 9 milhões de empreendimentos (micro e pequenas empresas, microempreendedores individuais e agricultores familiares), que correspondem a 99% das empresas brasileiras, geram 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e 52% dos empregos formais do país. Vale esclarecer que neste número estão computados aproximadamente 3 milhões de microempreendedores individuais (MEI), cuja maioria trabalha em diversos segmentos profissionais considerados, até recentemente, integrantes do chamado mercado informal e que, hoje, já não o são mais.
Os números não mentem e demonstram o quão importante e fundamental é o papel dos pequenos negócios no desenvolvimento sustentável brasileiro. Há quatro anos, o Centro está desenvolvendo materiais informativos e orientações para este robusto setor, em linguagem didática, visando facilitar o entendimento sobre as boas práticas sustentáveis e seus benefícios, tornando-as possíveis de serem adotadas por centenas de empreendimentos de pequeno porte. Um simples passo como trocar lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas é uma prática rumo à sustentabilidade, que reduz as despesas mensais com contas de luz e gera menos demanda ao sistema nacional de distribuição de energia.
Até o momento, o Centro produziu e está distribuindo, por meio de download do site do CSS, (www.sustentabilidade.sebrae.com.br ) 26 infográficos com dicas de boas práticas para 26 segmentos e setores, sendo eles: comércio varejista; minimercado; materiais de construção; bares e restaurantes; meios de hospedagem; salão de beleza; lava jato; oficinas mecânicas; eventos sustentáveis; farmácias de manipulação; pet shop; clínicas e consultórios odontológicos e laboratórios de análises clínicas e patológicas; construção civil; bares e restaurantes; confecção e moda; indústria moveleira; construção civil; indústria cerâmica; indústria calçadista; panificadoras; metalurgia; gestão de resíduos eletrônicos; agroindústria de leite; suinocultura; piscicultura; hortifrutigranjeiros; compostagem.
No site do CSS há, também, casos de sucesso de micro e pequenas empresas, que estão atuando em novos nichos de mercado criados pela sustentabilidade, e empreendimentos com boas práticas sustentáveis, que resultaram em maior rentabilidade. Há, ainda, informações sobre legislações, certificações, agenda de cursos e eventos, notícias, dicas, consultorias e informações estratégicas do Sistema de Inteligência Setorial (SIS/Sustentabilidade) para subsidiar tomada de decisões de empresários.
No período de 29 a 31/7/14, CSS, Sebrae MT e Sebrae Nacional realizaram a quarta edição do Seminário Sebrae de Sustentabilidade no Centro de Eventos do Pantanal em Cuiabá, no qual participaram cerca de 500 pessoas, entre empresários, universitários, especialistas e interessados no tema. Palestrantes internacionais foram convidados, sendo eles: Maritta Koch-Weser, antropóloga do Instituto Earth 3000; Rolf Bushmann, arquiteto e diretor do Solar Info Center de Freiburg (Alemanha); Alejo Alcolea, diretor de projetos urbanísticos de Barcelona (Espanha).
Renomados especialistas e empresários brasileiros proferiram palestras e participaram de cinco painéis: Sérgio Besserman (economista), Clóvis de Barros Filho (USP), Dal Marcondes (Envolverde), Henrique Lian (Ethos), Paulo Pianez (Carrefour), Felipe Warken (Linken), Raquel Blumenchaii (UnB), Estefânia Mello (Procel), Mirela Souto (Marca Ambiental), Gabriela Otero (Abrelpe), Roberto Zilles (USP), Enedir Ghisi (UFSC), Sérgio Meldona (Weg Motores), Luiz Carlos Nascimento (Petrobras), Tarcila Ursini (Angatu) e José Augusto Abreu (Sextante).
Arquitetura indígena
O prédio onde o Centro está instalado, junto à sede do Sebrae MT, se tornou uma atração em Cuiabá, pois trata-se de um laboratório vivo de boas práticas da construção civil sustentável. Seu projeto arquitetônico, baseado na sabedoria e arquitetura das casas indígenas do Xingu, propicia uma experiência única ao ser visitado. Em formato ogival, a edificação utiliza iluminação natural, dispensando totalmente iluminação artificial, durante dias ensolarados.
A edificação recebeu a certificação Procel Edifica, em Outubro de 2013, fornecida pela Eletrobrás e Programa Nacional de Conservação de Energia (Procel) em parceria com o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro). Este selo destaca a sede do CSS como exemplo de eficiência energética e conforto térmico e o tornou a primeira edificação mato-grossense a recebê-lo.
O prédio recebeu duas notas máximas (A) no processo de certificação, tanto pelo projeto como pela obra construída. O arquiteto cuiabano José Afonso Botura Portocarrero, professor de arquitetura da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e doutor em construções indígenas brasileiras, é o autor do projeto do CSS.
Todo o processo de construção da sede do Centro seguiu critérios sustentáveis. Ao contrário da maioria das obras, não houve terraplanagem convencional do terreno. O projeto preservou a vegetação e árvores existentes e se adequou à área, onde seria erigido. Foi contratada mão de obra feminina para separar e reaproveitar resíduos, o que reduziu sobras e entulhos no canteiro de obras.
A cobertura predial em duas cascas possibilita o resfriamento do prédio, permitindo que temperatura interna esteja sempre dez graus a menos do que do lado de fora. A água de chuva é armazenada e usada na rega de jardins e lavagem de banheiros e áreas externas. O auditório no subsolo tem formato semicircular e é revestido de resíduos de madeiras, propiciando excelente acústica. Os jardins contêm espécies da flora do Cerrado, Pantanal e Amazônia (os três biomas presentes em Mato Grosso).
O Centro recebeu 6 mil visitantes no ano passado, entre eles empresários, universitários, arquitetos e engenheiros. Ele é uma rara referência de projeto de edificação sustentável baseado na arquitetura indígena brasileira, que harmoniza beleza e despojamento em termos de acabamento, demonstrando não ser necessário gastar muito para se construir um prédio bonito, moderno, inovador e confortável.
A sustentabilidade é, portanto, este tema que também favorece resgate cultural, criatividade, inovação e os negócios. Não cabe apenas aos grandes empreendimentos e empresas praticar seus princípios. Os pequenos negócios são protagonistas importantes deste novo capítulo da história humana, cuja palavra-chave invoca perenidade ou a durabilidade da vida em todos os sentidos.
O Sebrae tem orgulho de estar contribuindo para a transformação e inclusão dos pequenos negócios brasileiros na era da sustentabilidade. Acreditamos no trabalho do Centro Sebrae de Sustentabilidade e neste grande e precioso setor, que é o motor e a alma da economia e da sociedade brasileira. O desenvolvimento sustentável de nosso país depende do sucesso dos pequenos negócios.
José Guilherme Barbosa Ribeiro
Superintendente do Sebrae em Mato Grosso
Fonte: http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=3358
Senado Aprova Aumento nos Percentuais de Biodiesel e Etanol em Diesel e Gasolina
O Plenário do Senado aprovou, na última terça-feira (2), MP (medida provisória) que aumenta os percentuais de biodiesel no óleo diesel para 6% e de etanol na gasolina para 27,5%. A decisão, que alivia os produtores de álcool, segue para sanção presidencial.
Atualmente, a Lei 8.723/1993 permite ao governo estabelecer o percentual do etanol anidro na gasolina entre 18% e 25%. O texto aprovado ontem mantém o piso de 18%.
No caso do biodiesel, a porção obrigatória subirá de novo, em 1º de novembro, para 7%. Até a edição da MP 647/2014, em maio, o índice era de 5%. A MP estabeleceu ainda que o biodiesel deve vir, prioritariamente, da agricultura familiar.
O texto original da medida provisória tratava apenas do biodiesel. Na tramitação no Congresso, o Projeto de Lei de Conversão 14/2014, decorrente da MP, passou a incluir o álcool.
Fonte: CNT
Proposta Flexibiliza Intervalo Mínimo de Descanso de Motoristas em Rodovias
O Projeto de Lei 7096/14, em análise na Câmara dos Deputados, determina que o motorista profissional pare no próximo ponto existente para descanso quando não houver estrutura na rodovia para que o condutor possa cumprir os períodos de descanso atualmente previsto no Código de Trânsito (Lei 9.503/97).
O código exige que o motorista profissional observe o intervalo mínimo de 30 minutos de descanso para cada quatro horas ininterruptas na condução do veículo. O Código também já prevê que o tempo de direção poderá ser prorrogado por até uma hora para que o motorista chegue a “lugar que ofereça a segurança e o atendimento demandado”.
Porém, o autor do projeto, deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC), argumenta que, em alguns casos, não há pontos de parada nas rodovias. O projeto isenta os motoristas de quaisquer penalidades por descumprir os intervalos mínimos de descanso no caso de não haver estrutura na estrada.
“Para que se possa cumprir as exigências previstas no Código, é necessária a existência de estruturas de apoios nas rodovias”, argumenta Santo Agostini. “Atualmente não há essa estrutura disponível e acessível em todos os trechos, o que torna a norma inócua”, complementa o deputado.
O projeto foi apensado ao PL 1386/03, que regulamenta a jornada de trabalho de condutores de veículos em transporte rodoviário de passageiros e cargas. As propostas aguardam votação pelo Plenário da Câmara.
Fonte: Transvias
Motorista pra quê?
Um dia os automóveis poderão trafegar por ruas e estradas automaticamente sem motoristas.
Este é um sonho que os especialistas em tecnologia desejam tornar realidade e já tem até nome: Traffic Jam Assist. As fabricantes Volvo, Mercedes e BMW estão trabalhando nessas máquinas que poderão viajar por autocondução com toda segurança. Apenas quando alguém segura o volante com as mãos por mais de dez segundos o sistema automático desliga e o carro volta ao controle do motorista.
O Google – que entende de inovação como poucos – também está testando protótipos autoconduzidos. A princípio, a empresa desenvolve sua tecnologia de automação nos modelos Toyota Prius e Lexus.
Agora, entretanto, o Google foi ainda mais longe e eliminou de vez a figura do motorista. Apresentou, este ano, seu veículo totalmente automatizado. Não tem volante, nem freios.
A invenção do Google ainda não é para as estradas. Foi desenvolvido para andar nas ruas, a uma velocidade baixa por questões de segurança. Mas é um começo promissor para ser utilizado também em estradas inteligentes, em um futuro próximo.
Quatro anos atrás, o Google, que tem seu quartel general em Montain View, na Califórnia, surgiu com seu primeiro modelo: um carro que fazia tudo sozinho. O motorista só voltava ao controle em caso de emergência. O novo modelo deste ano é ainda mais inteligente. Dispensa não só o condutor, como também o volante e até os freios. O carrinho – muito parecido com o pequenino Fiat 500 – tem apenas dois lugares para os passageiros e é movido à energia elétrica. Dispositivos de controle só existem dois: um botão de arranque e outro botão, vermelho, chamado e-stop para casos de pânico.
A mudança de rota do Google é explicável. Eles concluíram que um passageiro andando em um veículo automático certamente estaria distraído lendo um jornal ou até dormindo. Dificilmente iria assumir o controle em um caso de emergência. Não foi apenas uma hipótese. Três anos atrás, alguns funcionários do Google testaram o carro no trajeto de casa para o trabalho e a reação foi exatamente essa.
O Google já está construindo cem carros automatizados, que podem ser acionados a partir de um simples aplicativo de smartphone. Funciona assim: você coloca no aplicativo o endereço onde deseja ir; o veículo para no local onde você está e o leva para seu destino. Sensores eletrônicos funcionam ativamente na condução do carro e podem “enxergar” a uma distância de cerca de 600 metros em todas as direções.
Curiosamente, a parte dianteira do automóvel do Google será moldada com uma espécie de espuma. Assim, se algum erro no computador acontecer e o veículo atingir um pedestre o impacto será minimizado substancialmente. Por enquanto, os protótipos poderão atingir, no máximo, 25 km/h com autonomia de 160 km. O Google acredita que eles podem ser utilizados como táxis.
Fonte: Guia Estradas – Quatro Rodas (07/2014)
No caminho do futuro
Esqueça por um momento a precariedade das estradas brasileiras da atualidade e faça um exercício de futurologia. Pense em como poderiam ser as rodovias daqui alguns anos. Há um infinito de possibilidades palpáveis sendo desenvolvidas e até mesmo testadas por pesquisadores em várias partes do mundo para que nossos caminhos sejam muito mais suaves, seguros e sustentáveis. O que pouca gente sabe é que esse futuro pode estar bem mais próximo da nossa realidade do que se imagina.
Tais possibilidades incluem painéis solares no lugar do asfalto para gerar energia elétrica limpa, sinalização de solo feita com tintas especiais que emitem luz durante a noite aposentando de vez os velhos postes de iluminação e até mesmo placas de sinalização sensíveis às condições climáticas para alertar os motoristas sobre as condições do tempo. Até mesmo estradas conectadas à internet para controlar o tráfego e oferecer mais segurança aos usuários. Na Europa e Estados Unidos estão sendo chamadas de smart highways, ou rodovias inteligentes. Para muito breve elas estarão saindo do papel para fazer parte do cotidiano.
Um dos projetos de smart highways tornou-se realidade em abril deste ano, na Holanda. Por lá o criativo designer Daan Roosegaarde estabeleceu parceria com Hans Goris, diretor do escritório de engenharia Heijmans Infrastructure, para inaugurar um trecho da primeira estrada que brilha no escuro. O protótipo de smart highways está sendo testado em uma extensão de 500 metros da rodovia N-329 em Oss, cerca de 100 km a sudeste de Amsterdam. Esse ainda pequeno percurso recebeu uma pintura especial que brilha no escuro, dispensando o uso da iluminação pública tradicional com postes de luz.
Para conseguir essa inovação, Roosegaarde e a Heijmans Infrastructure utilizaram tinta especial contendo um pó que – carregado durante o dia pela própria luz solar – libera aos poucos um brilho verde intenso durante oito horas no período noturno. “O governo está apagando a iluminação pública à noite para economizar dinheiro, a energia está se tornando muito mais importante do que poderíamos ter imaginado 50 anos atrás”, afirmou o designer holandês à agência de notícias britânica BBC.
Roosegaarde ainda quer fazer mais pelas estradas do futuro com o projeto que ele batizou de “Rota 66 do Futuro”. O nome é uma homenagem à lendária rodovia norte-americana, cenário de inúmeros filmes famosos. Aberta em 1926, ligava Chicago a Santa Mônica, na Califórnia, em mais de 4 mil km, mas foi fechada oficialmente na década de 1980. “Sempre me impressionou o fato de gastarmos bilhões em projetos de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para os carros, mas as estradas ficaram completamente imunes a esse processo”, disse.
Agora, Roosegaarde está se debruçando sobre ainda mais de uma dezena de novidades para as rodovias, a ser divulgadas nos próximos anos. Ele comentou uma delas: criar símbolos gigantes no asfalto em forma de flocos de neve com uma tinta sensível à temperatura. Assim, quando os termômetros caírem drasticamente as figuras apareceriam na pista avisando aos motoristas de que há neve se formando. Essa ideia também está em fase de testes.
Outro projeto bastante viável do designer é uma pista exclusiva para os carros elétricos, cada vez mais disponíveis no mercado, inclusive no Brasil. essa faixa exclusiva nas rodovias teriam dispositivos de transmissão de energia sem fio. Assim, os elétricos seriam recarregados durante a viagem. Essa tecnologia já existe em alguns países para recarregar baterias de celulares.
Ideia semelhante à do designer holandês, mas ainda mais ambiciosa, vem do estado de Idaho, nos Estados Unidos. Lá, a empresa Solar Roadways* está desenvolvendo um projeto-piloto para substituir o asfalto das estradas por painéis de células solares ultrarresistentes, capazes de suportar o trânsito pesado de automóveis, ônibus e caminhões. Com esse revestimento, as rodovias ganharão inúmeras vantagens. A principal é captar energia solar. Com isso, será possível substituir as faixas de sinalização de solo por pequeninas lâmpadas de LED, colocar resistências ao longo do caminho para derreter a neve que venha a se formar e recarregar veículos elétricos.
Não é só. A Solar Rodways pretende gerar eletricidade limpa a fim de abastecer bairros inteiros nas proximidades das rodovias. Os proprietários da Solar Roadways – o casal Julie e Scott Brusaw – há oito anos tentam viabilizar financeiramente seu projeto e já receberam verbas do governo federal para colocá-lo em prática.
No Reino Unido, uma iniciativa inovadora vai tornar a rodovia A-14 interligando as cidades de Felixstowe e Cambridge a primeira a conectada inteiramente à internet, ainda este ano. Sensores foram colocados ao longo dos 70 km da estrada com o intuito de transmitir dados sobre o movimento de tráfego. Essas informações podem, então, ser enviadas diretamente para os celulares dos motoristas. Num futuro próximo, essa tecnologia será utilizada também em veículos automatizados que não precisam de motorista (Leia Motorista pra quê?), controlando remotamente a velocidade. Tomara que o futuro chegue com toda a velocidade às estradas brasileiras.
Fonte: Guia Estradas – Quatro Rodas (07/2014)
Guerra por água revela crise de governança no Brasil
Para especialistas, governo falha em dar respostas adequadas às crises hídricas, o que coloca em risco a própria legitimação de suas instituições.
O conflito entre Rio de Janeiro e São Paulo em torno do rio Paraíba do Sul é apenas o sintoma mais visível de um problema grave: a crise de governança da água. Para especialistas, o governo brasileiro falha em dar respostas adequadas às crises hídricas, o que coloca em risco a própria legitimação de suas instituições.
A investida da companhia de eletricidade de São Paulo (CESP) de reduzir a vazão de água da Usina
Hidrelétrica Jaguari – contrariando determinação do ONS e diminuindo assim a quantidade de água do Paraíba do Sul que segue para o Rio de Janeiro – é indicação clara do problema.
Outro sinal: o risco da disputa em torno da transposição do Paraíba do Sul ir parar no Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta enfrenta a resistência do governo fluminense e é tema de uma ação do Ministério Público Federal de Campos.
“Quando a gente chega a esse ponto é porque a crise tem sido de governança. Agestão da água vinha numa crescente focada na administração por bacias hidrográficas, mais descentralizada e mais participativa. Infelizmente, na última década, temos tido uma fragilidade, um desmonte desse tipo de gestão, muito desencadeado pelo governo federal. E isso tem a ver, por exemplo, com o enfraquecimento da ANA, que tem menos poder do que a Aneel”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.
Para ela, a crise da governança ficou explicita na transposição do Rio São Francisco, “quando todos os comitês de bacias da região foram contra a obra, e mesmo assim ela foi à frente e a questão foi para a justiça, e agora temos uma obra inacabada”.
Esse episódio foi, segundo Malu, o primeiro abalo na estrutura do sistema de recursos hídricos no Brasil. “Se os comitês deliberaram contra, por questões técnicas e ambientais, por que foram ignorados?”, questiona.
Outro caso problemático, na visão da especialista, foi a expansão de PCHs (pequenas centras hidrelétricas) em Minas Gerais, que estavam sendo licenciadas, mas o Ministério Público teve que revogar as licenças porque não foi feito um estudo de impacto ambiental nas bacias hidrográficas afetadas. “Minas Gerais, que é popularmente conhecida como caixa d’água no Brasil, acabou sendo enfraquecida pelo confronto judicializado entre o setor elétrico e o de água”, acrescenta.
RIO X SP
Para Márcio Pereira, especialista em meio ambiente do L.O. Baptista-SVMFA, as disputas judiciais não resolvem o problema hídrico. Segundo ele, nem São Paulo, nem o Rio de Janeiro e tampouco o governo federal, têm cumprido com suas obrigações de gestão.
“As nossas agências reguladoras deveriam fazer a mediação de conflitos, mas esse papel ainda não foi implementado. Cabe ao governo fazê-lo. É o processo de integração entre diferentes politicas que está faltando. O setor elétrico tem uma política, o setor de resíduos tem outro, o de água tem outro, assim fica difícil”, pontua.
São Paulo e Rio, segundo ele, poderiam aproveitar a oportunidade para reunir todos os atores que fazem uso da água e encontrar uma solução apartidária, buscar uma oportunidade de iniciar um novo modelo de gestão a fim de evitar conflitos nos próximos anos.
“Sem mexer na nossa Constituição, poderíamos criar um sistema único que centralizasse todos os órgãos. Porque a água é continua, ela só vai ter diferentes domínios de forma circunstancial”, completa.
Arthur Rollo, advogado e professo da Faculdade de Direito de São Bernardo, alerta para a tendência dos conflitos de água aumentarem à medida que as fontes atuais são exauridas ou poluídas.
“O poder público tem o dever de preservar os recursos naturais. Isso devia ser permanente. Na verdade, países conscientes em relação à água usam essa política de forma permanente. Mas aqui a gente suja a água da represa, e tem que gastar muito dinheiro para tratar e gerar agua potável”, diz.
Mas a população também tem papel ativo. “Tem um principio do direito ambiental que é o principio da
participação ambiental, todos têm que participar ativamente da preservação dos recursos naturais para a presente geração e para o futuro. Tem que preservar, fiscalizar e cobrar”, finaliza.
Fonte: EXAME.com (18/08/2014)
Relatórios de sustentabilidade ganharão cada vez mais espaço e importância
À medida que aumentam as preocupações sobre as mudanças climáticas, os desafios ligados ao desenvolvimento sustentável e a desconfiança em relação ao mercado de capitais, cresce também a pressão sobre as organizações por maior transparência, aumentando a importância dos relatórios de sustentabilidade nas empresas. Essa é uma das conclusões da 3ª edição do estudo “Carrots and Sticks”, realizado pela KPMG e que apresenta um panorama sobre o cenário regulatório em torno dos relatórios de sustentabilidade.
O relatório traz, dentre outras informações, alterações e mudanças em normas governamentais, iniciativas no mercado de capitais, além de identificar 180 medidas de caráter voluntário ou mandatório para a adequação de 45 países/regiões que desejam divulgar seu desempenho organizacional.
“Diante do cenário apresentado, é possível afirmar que a tendência é que mais governos emitam políticas sobre a elaboração de relatórios de sustentabilidade. Enquanto as organizações que publicam esse tipo de relatório expressam suas preocupações em relação às diversas estruturas conceituais que elas podem utilizar ou às quais elas precisam obedecer, surgirá uma demanda cada vez maior pelo alinhamento e pela harmonização de tais estruturas”, comenta Ricardo Zibas, diretor da área de Sustentabilidade da KPMG no Brasil.
Principais tendências detectadas
O levantamento identificou diversas tendências no universo dos relatórios de sustentabilidade, dentre elas:
• Aumento no número de países com políticas sobre a elaboração de relatórios de sustentabilidade;
• Foco constante em empresas de grande porte e estatais, embora as empresas de pequeno e médio portes estejam cada vez mais publicando relatórios de forma voluntária;
• O relatório de sustentabilidade tornou-se uma das exigências de lançamento de ações em diversas bolsas de valores em países não membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
“As recomendações para o uso da estrutura de GRI (Global Reporting Initiative) continuam a aumentar, e paralelamente estão surgindo diversas novas iniciativas e ferramentas de elaboração de relatório”, destaca Zibas.
Possíveis cenários futuros
Dentre outras previsões de mercado, a análise das certificações da política e regulamentação dos índices de sustentabilidade permite prever como as empresas reagirão ao elaborar e divulgar seus relatórios futuramente.
Um número maior de países desenvolverá políticas para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, que deverão focar mais as informações que realmente importam para elas e para as suas partes interessadas (como dados sobre suas cadeias de suprimento e de valor, por exemplo).
Nos países em desenvolvimento as práticas e políticas de sustentabilidade aumentarão, uma vez que esses países estão entendendo cada vez mais o valor agregado da transparência e da sustentabilidade corporativas. Por sua vez, as grandes economias irão desenvolver suas próprias estruturas conceituais, o que não as impedirão de vincularem-se a outras estruturas internacionais já formalizadas.
“O resultado junto ao mercado é positivo, considerando a importância de se criarem condições de igualdade para as empresas operarem, bem como o progresso que tais medidas tendem a gerar – tanto em termos de transparência, quanto à excelência no desempenho propriamente dito”, analisa Zibas.
Sobre a Pesquisa
Esta publicação, cuja primeira edição foi lançada em 2006, é resultado do trabalho da GRI (Global Reporting Initiativa), UNEP (United Nations Environment Programme), Centre for Corporate Governance in Africa e da KPMG Climate Change & Sustainability Services, com a contribuição de outros especialistas individuais. O estudo identifica 180 medidas, de caráter voluntário ou mandatório, de 45 países e regiões.
Para ter acesso ao estudo na íntegra, acesse: https://www.globalreporting.org/resourcelibrary/Carrots-and-Sticks.pdf
Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias4/noticia=736254
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