Rodovias têm quase 2 mil pontos vulneráveis à exploração sexual de menores
O sexto mapeamento dos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais brasileiras – elaborado pela Polícia Rodoviária Federal, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Childhood Brasil, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério Público do Trabalho- acaba de divulgar que entre 2013 e 2014 foram identificados 1.969 pontos vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas rodovias federais. Desse total, 566 foram considerados críticos; 538 com alto risco; 555 com médio risco; e, por fim, 310 pontos foram avaliados como de baixo risco.
Pontos vulneráveis são ambientes ou estabelecimentos onde os agentes da polícia rodoviária federal encontram características – presença de adultos se prostituindo, inexistência de iluminação, ausência de vigilância privada, locais costumeiros de parada de veículos e consumo de bebida alcoólica – que propiciam condições favoráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes.
O principal destaque da evolução dos últimos mapeamentos é a significativa redução dos pontos críticos: 40% em seis anos, fato que pode estar relacionada à soma de esforços, engajamento dos diversos setores e atuação preventiva nas rodovias federais. Comparado à edição anterior, de 2011/2012, houve ainda um aumento de 9% do número total de pontos mapeados. A identificação de locais é percebida de forma positiva pela PRF e parceiros, visto que nos últimos anos tem havido investimento no treinamento dos policiais rodoviários. Pontos que antes não eram vistos como problemáticos, hoje têm sua vulnerabilidade detectada e medida.
A região Sudeste do Brasil foi apontada como a com maior número de pontos de vulnerabilidade, com 494 áreas mapeadas. Em segundo lugar aparece o Nordeste, com 475 pontos, seguida das regiões Sul (448), Centro-Oeste (392) e Norte (160). Minas Gerais, Bahia e Pará lideram na quantidade absoluta de pontos críticos ou de alto risco.
Do total de locais de risco de exploração sexual mapeados, 1121 forneceram respostas à questão de origem e gênero das crianças e adolescentes; 428 (38%) indicaram que a vítima era originária de outra localidade, ou seja, poderiam estar em situação de tráfico de pessoas; e dentre os 448 pontos com registro de crianças e adolescentes em situação de exploração sexual, identificou-se que 69% eram do sexo feminino, 22% transgêneros e 9% do sexo masculino.
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