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Techint entra na Usiminas em acordo de R$4,1 bi

28 novembro 2011   //   Por SEQTRA   //   Notícias  //  Comentários desativados

Por Alberto Alerigi Jr.

SÃO PAULO (Reuters) – O grupo siderúrgico Ternium anunciou na noite de domingo que fechou acordo com os conglomerados brasileiros Votorantim e Camargo Corrêa para compra de suas participações na Usiminas, maior produtora de aços planos do Brasil.

Sob o acordo, a Ternium vai pagar 36 reais por ação ordinária da Usiminas junto com sua subsidiária argentina Siderar e a TenarisConfab. Ternium e Tenaris são empresas do conglomerado argentino Techint.

A Ternium, segundo maior grupo de produtos de aço da América Latina, informou que vai “financiar a aquisição da participação de 4,1 bilhões de reais (cerca de 2,2 bilhões de dólares) com dinheiro e dívida”.

Segundo a Ternium, da qual a Usiminas era acionista até o início deste ano, o grupo de controle da siderúrgica brasileira será formado por Nippon (46,1 por cento), Ternium/Tenaris (43,3 por cento) e Caixa dos Empregados da Usiminas (10,6 por cento).

O grupo de controle detém 322,7 milhões de ações ordinárias da Usiminas, sendo que 84,7 milhões, 30 milhões e 25 milhões ficarão com Ternium, Siderar e TenarisConfab, respectivamente.

Separadamente, a Confab informou que o investimento nas 25 milhões de ações da Usiminas (5 por cento dos papéis ordinários) será de 900 milhões de reais, que serão pagos com recursos próprios e financiamentos. A empresa, que teve lucro líquido de 116,3 milhões de reais no terceiro trimestre, espera a conclusão da operação para janeiro de 2012.

A Confab, que produz tubulações de aço, afirmou que considera o investimento na Usiminas como “de absoluta relevância estratégica por abranger a principal matéria-prima para seus negócios, obtendo um maior nível de integração com seu principal fornecedor de aço”, empresa com a qual mantém antigo relacionamento comercial.

Anteriormente, Camargo Corrêa e Votorantim tinham uma participação combinada de cerca de 27 por cento do capital votante da Usiminas e a Nippon, 27,8 por cento.

A Companhia Siderúrgica Nacional, que vinha sendo citada pela imprensa como candidata à compra das fatias de Votorantim e Camargo Corrêa tinha informado no início do mês que havia aumentado sua participação na Usiminas para 11,66 por cento das ações ordinárias e 20,14 por cento das preferenciais.

ÁGIO

O valor do acordo da Ternium representa um ágio de 83 por cento sobre o preço de fechamento das ações ordinárias da Usiminas na sexta-feira. Segundo a Ternium, o valor também representa um prêmio de 41 por cento sobre o preço médio em dólar da ação ordinária da Usiminas nos últimos seis meses.

“Com Nippon Steel, Usiminas e Ternium trabalhando juntas, poderemos melhorar a competitividade de cada companhia em tecnologia, qualidade de eficiência de custo e oferecer uma ampla variedade de produtos (…) do México à Argentina”, afirmou a Ternium em comunicado.

Representantes da Usiminas, Camargo Corrêa não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto. A CSN não pôde responder de imediato.

Por sua parte, a Votorantim informou em comunicado que a venda de sua participação na Usiminas faz parte da estratégia de focar investimentos nos segmentos industriais considerados mais importantes para o grupo: cimento, metais, aços longos, celulose e suco de laranja.

A Ternium fabrica produtos de aço plano para uma série de indústrias e tem operações principais na Argentina e no México, já a Tenaris é a maior produtora de tubos de aço sem costura utilizados na exploração petrolífera.

A operação marca o mais recente episódio sobre o controle da Usiminas, depois que CSN começou a comprar participações na companhia no início do ano. Camargo Corrêa, Votorantim e Nippon tinham acertado pouco depois disso um acordo para travar o grupo de controle da siderúrgica até 2031, acordo que foi revisto com a entrada da Ternium/Tenaris no grupo.

Segundo o comunicado da Ternium, a Nippon vai comprar do fundo de pensão dos funcionários da Usiminas 8,5 milhões de ações ordinárias.

Fonte: http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE7AR01J20111128?pageNumber=1&virtualBrandChannel=0